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29.6.09

A Carruagem

Existe uma carruagem etérea que tem singrado o universo
Desde que a primeira fagulha surgiu na escuridão
E a sublime canção tem sido cantada em verso
Tanto acima quanto abaixo, em todas as esferas
Como o vento que sopra onde quer na imensidão
Como a inspiração de todo poeta, e a dúvida de todo sábio
Através desse turbilhão de eras

Existe uma linguagem para se referir a tal automóvel
Dizemos que é o símbolo, nossa própria representação
A arrastar a roda pelos velhos sulcos de barro
Pelo mesmo caminho interminável que percorreram nossos irmãos
Sejam jovens ou velhos: não existe idade exata para um carro
Que luta a tantas vidas contra o tempo, ao desgaste das mãos
Sangrando na tentativa de mover o que é imóvel

Existe uma direção para a qual todos empurram sua alma
Mas nem todos souberam encontrar o melhor caminho
E há muitos que encalharam em vielas estreitas
Onde não encontram saída alguma, nem são mais capazes
De enxergar a luz dos anciãos que vêm à margem
Em seus carros confortáveis onde as rodas giram com alinho
No mesmo ritmo das canções vorazes

Existe uma carruagem etérea que tem singrado o universo
Suas rodas giram, e o tempo escorre pelas mãos
Como que num piscar de olhos, galáxias e mundos
E seres infinitos, se formam na imensidão
Mas para quem compreende o verdadeiro motor
A mover o que não se vê através dos dias dos homens
O mistério é desvelado, e a paz da alma se une a razão

Tudo o que somos é poeira estelar, é resto de barro
Levantado por condutores trêmulos em carros sem direção
Com a vista turva, mas com seu coração em comunhão
Querendo sempre retornar,
(tão somente retornar)
Ao seu único e verdadeiro lar...

raph'09

***

A inspiração para esse poema me surgiu subitamente durante a leitura do artigo: "A corrupção moderna da magia", de autoria de "Prophecy" e publicado no blog do Marcelo Del Debbio. Como usual, não faço idéia do que exatamente esse poema tem a ver com o artigo...

***

Crédito da foto: Nei Lima

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