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30.5.12

Pequeno pássaro

Então desejas elevar-te ao patamar dos santos
E habitar com tua alma ao topo da colina
Acima do pântano dos prantos
E sorrir ao Sol que te ilumina?

Mas, que sabes tu de tal caminho,
Senão o que tem lido nessas palavras
Em desalinho?

Essa tal magia
Essa tal linguagem que procuravas
Não está lá fora atrás do horizonte
Mas antes no próprio ninho
De teu ser:
A alma é a fonte

Ela é pássaro que voou
Para longe de teus próprios pensamentos
Quando estes a afugentaram...

A cada olhar postado em julgamento,
Ela voou
A cada olhar desviado em indiferença,
Ela voou
A cada olhar cheio de desejos desenfreados,
Ela voou...
Tudo o que pensou – foi tudo o que ela viu

Agora, olha para ti:
O homem no espelho d’água
O ser perdido
Na busca de ser achado...

E fazer do pântano a fonte cristalina:
Do negrume do fundo
O calcário a refletir o Infinito
Em cada gota do mundo

Como poderias haver avançado em tal caminho
Se o pequeno pássaro,
O tesouro mais precioso,
Era afugentado sem que percebesses?

Chama agora o pássaro de volta:
Assobia para a alegria do ser
E põe-te na escolta
De tua própria alma...
Sim! Faça-a grandiosa,
Ensina-a a voar adentro,
Para que valha a pena caminhar...


(silêncio)

Shhh...
Ouve agora
O pássaro a piar?
Dá, então, o primeiro passo...
Vai, e voa!
Voa alto pelo ar...
Até a colina
Até o horizonte
Até que consigas finalmente
Se reencontrar...


raph’12’A.’.A.’.

***

Crédito da imagem: Tomas Rodriguez/Corbis

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2 comentários:

Blogger Vitor Hugo disse...

Lendo agora depois da conversa no twitter, deu para absorver e entender melhor o poema, bonito...

Abraço!!
\o

9/6/12 09:57  
Blogger raph disse...

É que tem algumas coisas que só dá para tentar passar adiante pela poesia, como um sentimento oculto, embutido nessas cascas de sentimento aí de cima... As vezes, funciona :)

Abs!
raph

11/6/12 16:14  

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