A discussão inútil
Trecho do livro "O problema do ser, do destino e da dor", de Léon Denis (publicado pela FEB - primeira edição, páginas 427-428):
"Não discutas, pois, mas trabalha. A discussão é vã, estéril é a crítica. Mas a obra pode ser grande, se consistir em te engrandeceres a ti mesmo, engrandecendo os outros, em fazeres o teu melhor e mais belo. Porque não deve esquecer que para ti trabalhas, trabalhando para todos, associando-te à tarefa comum. O Universo, como tua alma, renova-se, perpetua-se, embeleza-se sem cessar pelo trabalho e pela reciprocidade. Deus, aperfeiçoando sua obra, goza dela como tu gozas da tua, embelezando-a. Tua obra mais bela é tu mesmo. Com teus esforços constantes podes fazer de tua inteligência, de tua consciência, uma obra admirável, de que gozarás indefinidamente. Cada uma de tuas vidas é um cadinho fecundo do qual deves sair apto para tarefas, para missões cada vez mais altas, apropriadas às tuas forças e cada uma das quais será tua recompensa e tua alegria.
Assim, com tuas mãos irás, dia a dia, moldando teu destino."
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Por vezes, ler Léon Denis chega a doer a alma, tantas as verdades que se insinuam sorrateiras por trás de sua magnífica escrita, e que nos fazem encarar nossos defeitos de frente. Será à toa que o "filósofo do Espiritismo" tinha seu nome circunscrito ao de Kardec (ou seja, Hippolyte Leon Denizard Rivail), ou será brincadeira de almas que já se encontraram muitas vezes no passado?
Léon Denis não foi perfeito, e guardava alguns defeitos próximos aos de Kardec (de certa forma, eram "almas-irmãs"), mas sua qualidade moral e intelectual superou em muito seus defeitos.
Nos dias atuais, em que ainda é tão comum vermos a discussão inútil entre espíritas e não espíritas, por se focar apenas "no que está provado e no que não está" ou "no que é condenado pela Bíblia e no que é permitido", vale a leitura e releitura dessa breve passagem (acima), a que eu resumiria assim: "uma discussão de crenças é vã, se não for constrututiva, se não for em prol da renovação moral de todos nós". Talvez, devêssemos discutir, se for o caso, sempre ao ar livre, de preferência no topo de uma montanha, para não esquecermos nem por um instante o quanto nossa discussão é pequena, e o quanto a Natureza é grande.
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Crédito da foto: Marcio Eugenio
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