Hod shebe Tiferet
Enquanto caminhamos aflitos,
com as galochas enterradas neste charco
de desejos desenfreados,
descem os instrutores anônimos
e nos deixam mensagens pela manhã fria;
na beleza das gotas de orvalho,
na efemeridade da neblina
e no frescor das brisas...
Aquele que os enviou em nosso auxílio
não se preocupa em ser reconhecido.
Não é como um deus estranho
que deseja ser adorado acima dos demais,
que exige provas de fidelidade,
ou que marcha sobre os exércitos inimigos.
Os instrutores nos ensinam muitas coisas,
mas não o seu nome;
pois que o seu nome já está em tudo,
e seria inútil pronunciá-lo.
Ele é o mais desconhecido dos deuses,
e no entanto todos os altares do mundo
no fundo, o veneram...
Ele é o mais fiel dos deuses,
e no entanto jamais exigiu
sequer uma oferenda, um sacrifício, em retorno...
Ele é o mais pacífico, o deus mais gentil,
e no entanto o seu cajado
é capaz de esmagar qualquer exército...
Ele é aquela essência sagrada
que todos nós temos buscado
a cada momento de nossa existência.
E, no entanto,
é até estranho de se pensar,
mas aquilo que buscamos
também está a nos buscar...
raph’03.05.14
***
Crédito da imagem: Steven DaLuz
Marcadores: poesia, poesia (121-130), Sefirat ha Omer
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