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1.7.17

Lançamento: A Origem das Espécies

As Edições Textos para Reflexão trazem a você a obra que mudou o mundo, A Origem das Espécies de Charles Darwin, exclusivamente para o seu Amazon Kindle.

Esta obra, apesar de essencialmente acadêmica, mudou para sempre a nossa concepção da vida e da natureza, e serve até hoje de alicerce primordial para ramos científicos como a biologia e a genética, que desabariam sem a teoria da seleção natural. Você já pode começar a ler em poucos minutos, pelo preço de um café:

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À seguir, trazemos alguns trechos selecionados de nossa edição digital:

[Cap. 6]

É certamente verdadeiro que se veem raramente aparecer num indivíduo novos órgãos que parecem ter sido criados com um fim especial; é mesmo o que demonstra o velho axioma de história natural de que se tem exagerado um pouco a significação: Natura non facit saltum [a natureza não dá saltos].

A maior parte dos naturalistas experimentados admitem a verdade deste adágio; ou, para empregar as expressões de Mine Edwards, a natureza é pródiga em variedades, mas avara em inovações. Para que haverá, na hipótese das criações, tantas variedades e tão poucas novidades reais? Por que é que todas as partes, todos os órgãos de tantos seres independentes, criadas, como se supõe, separadamente para ocupar um lugar distinto na natureza, estiveram tão ordinariamente ligadas umas às outras por uma série de gradações? Por que não teria passado a natureza simultaneamente de uma conformação para outra? A teoria da seleção natural faz-nos compreender claramente porque não sucede assim; a seleção natural, com efeito, atua apenas aproveitando leves variações sucessivas, não pode pois jamais dar saltos bruscos e consideráveis, só pode avançar por graus insignificantes, lentos e seguros.

[Cap. 15]

A disposição semelhante dos ossos na mão humana, na asa do morcego, na barbatana do golfinho e na perna do cavalo; o mesmo número de vértebras no pescoço da girafa e no do elefante; todos estes fatos e um número infinito de outros semelhantes explicam-se facilmente pela teoria da descendência com modificações sucessivas, lentas e ligeiras. A semelhança de tipo entre a asa e a perna do morcego, ainda que destinadas a usos tão diversos; entre as maxilas e as patas do escaravelho; entre as pétalas, os estames e pistilos de uma flor, explica-se igualmente em grande escala pela teoria da modificação gradual das partes e dos órgãos que, num antepassado afastado de cada uma dessas classes, eram primitivamente semelhantes. Vemos claramente, segundo o princípio de que as variações sucessivas não sobrevêm sempre numa idade precoce e apenas são hereditárias na idade correspondente, porque os embriões de mamíferos, de aves, de répteis e de peixes, são tão semelhantes entre si e tão diferentes no estado adulto. Podemos cessar de nos maravilhar de que os embriões de um mamífero de respiração aérea, ou de uma ave, tenham fendas branquiais e artérias em rede, como no peixe, que deve, por meio de guelras bem desenvolvidas, respirar o ar dissolvido na água.

[...] Não é possível supor que uma teoria falsa pudesse explicar, de maneira tão satisfatória, como o faz a teoria da seleção natural, as diversas grandes séries de fatos de que nos temos ocupado. Tem-se recentemente objetado que está nisto um falso método de raciocínio; mas é o que se emprega para apreciar os acontecimentos ordinários da vida, e os maiores sábios não têm desdenhado em o seguir. É assim que se chega à teoria ondulatória da luz; e a crença da rotação da Terra no seu eixo só recentemente encontrou o apoio de provas diretas. Não é uma objeção valiosa dizer que, no presente, a ciência não lança luz alguma sobre o problema bem mais elevado da essência ou da origem da vida. Quem pode explicar o que é a essência da atração ou da gravidade! Ninguém hoje, contudo, se recusa a admitir todas as consequências que ressaltam de um elemento desconhecido, a atração, posto que Leibnitz tivesse outrora censurado Newton de ter introduzido na ciência “propriedades ocultas e milagres”.

Não vejo razão alguma para que as opiniões desenvolvidas neste volume firam o sentimento religioso de quem quer que seja. Basta, além disso, para mostrar quanto estas espécies de impressões são passageiras, lembrar que a maior descoberta que o homem tem feito, a lei da atração universal, foi também atacada por Leibnitz, “como subversiva da religião natural, e, nestas condições, da religião revelada”. Um eclesiástico célebre escrevia-me um dia, “que tinha acabado por compreender que acreditar na criação de algumas formas capazes de se desenvolver por si mesmas noutras formas necessárias, é ter uma concepção bem mais elevada de Deus, do que acreditar que houvesse necessidade de novos atos de criação para preencher as lacunas causadas pela ação das leis estabelecidas”.

[...] O resultado direto desta guerra da natureza que se traduz pela fome e pela morte, é, pois, o fato mais admirável que podemos conceber, a saber: a produção de animais superiores. Não há uma verdadeira grandeza nesta forma de considerar a vida, com os seus poderes diversos atribuídos primitivamente pelo Criador a um pequeno número de formas, ou mesmo a uma só? Ora, enquanto que o nosso planeta, obedecendo à lei fixa da gravitação, continua a girar na sua órbita, uma quantidade infinita de belas e admiráveis formas, saídas de um começo tão simples, não têm cessado de se desenvolver e desenvolvem-se ainda hoje!

(Charles Darwin; tradução de Joaquim Dá Mesquita Paul)


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