Além do olhar
 
Quando olho  além do seu olhar,
já não vejo  face ou cor ou etnia;
tão somente  me deixo levar pelo mar
e assim, sem  rumo nesta sinfonia,
sou enfeitiçado  pelo aroma da essência
da realidade  que surge desta calmaria:
esta música  de acordes mudos;
este êxtase
que já não  percebe
nem espaço  nem tempo,
nem a  angústia pelo futuro,
nem a ilusão  que a antecede.
Quando olho  além do seu olhar,
  vejo o longo  caminho
  que nós  trilhamos sem alinho
  dentre  florestas, vales e montanhas,
  cruzando  rios, mares e planícies,
  até que nossa  casa fosse, enfim,
  todo o mundo.
E aqui, face  a face, além do olhar,
  eu também  percebo
  que a doce  esperança
  de continuar nossa  andança
  nesta pedra  rodopiante
  em meio ao  Grande Vazio
  passa pelo  reconhecimento
  daquilo que  vai adiante,
  nos  transcende e abarca:
  aquilo que  não se pode ver,
  mas que não  obstante
  é a única  força, 
  portal e  ponte
  capaz de  atravessar nosso olhar
  e assim,  ultrapassar
  o abismo do  ser.
raph'16
***
Crédito da foto: David Uzochukwu
Marcadores: espiritualidade, poesia, poesia (141-150)
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