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27.3.08

A história do ouro

O ouro sempre representou a riqueza material para a humanidade, somente a poucos anos atrás ele passou a servir a tecnologia, mas anteriormente sempre foi associado ao luxo, a riqueza, e muitas vezes mesmo ao sagrado.

O ouro é conhecido desde a Antiguidade, sendo certamente um dos primeiros metais trabalhados pelo Homem. Conhecido na Suméria, no Egito existem hieróglifos egípcios de 2600 a.C. que descrevem o metal, que é referido em várias passagens no Antigo Testamento. É considerado como um dos metais mais preciosos, e o seu valor foi empregado como padrão para muitas moedas ao longo da história.

Na época das Grandes Navegações países como Espanha e Portugal eram considerados riquíssimos pois trouxeram bastante ouro da América recém descoberta, com o tempo porém esse ouro foi gasto... Interessante perceber que o ouro físico tem validade enquanto riqueza, mas pode ser vendido ou derretido para formar ligas metálicas, revestir micro peças de aparelhos eletrônicos, criar jóias, etc... Ou seja, até algumas décadas atrás a riqueza de uma nação era determinada principalmente por sua quantidade de ouro.

Com a Revolução Industrial e os automóveis e outras máquinas, o petróleo, também conhecido como Ouro Negro, surgiu como grande indicador da riqueza de um país, e em verdade até mesmo nos dias atuais ele é uma das riquezas mais procuradas em todo mundo. Não é nada surpreendente que naçoes pseudo-ditatoriais se sustentem a base da venda de seu petróleo, enquanto ganham a promessa de seus compradores fazerem "vista grossa" para quaisquer tipo de atrocidades ocorridas em suas fronteiras. Mesmo até hoje guerras são feitas em nome do petróleo, ou seja, é a mesma história de sempre: guerras pelo domínio de riquezas.

Mas interessante também é que a modernidade nos trouxe um conceito antigo, mas aplicado de forma globalizada: a Lei da Oferta e da Procura. Baseado nela os mercados deixaram de serem feitos nas praças das cidades, e para atender a nova Era da Informação, evoluiram a Bolsas de Valores, que hoje são operadas online de praticamente qualquer parte do mundo. Hoje, as riquezas, o ouro, o ouro negro, o potencial de uma empresa, e muitas coisas mais as quais o homem sempre conferiu valor material se transformaram em números na tela de um monitor... Em números que percorrem telejornais nos quartro cantos do planeta, que trafegam como bits de informação em homebankings pela internet, que aparecem impressos em quase todos os jornais.

O que determina se esses números sobem ou descem? O que determina o valor das riquezas e do ouro? Ora, a Lei da Oferta e da Procura... A diferença é que, tanto a Oferta quanto a Procura hoje em dia são essencialmente virtuais, são essencialmente baseadas no "ânimo" dos mercados, na "análise sábia" dos Gurus da Economia e, em última instância, na "astúcia" dos especuladores!

Ora, qualquer semelhança entre o Culto ao Ouro e o Culto ao Deus dos Homens não é mera coincidência. Tanto em um como em outro, é o próprio homem quem determina o valor de seu deus. Em ambos, uma dada doutrina ou teoria é somente valorizada pela quantidade de seguidores que lhe adere, assim como a altura e riqueza de seus Templos. Em ambos, temos Gurus e Profetas afirmando trazerem "segredos dos céus" e ditando o Futuro Certo e a sua Verdade Absoluta. Enfim, tanto em um como em outro, estamos falando essencialmente da fé em seu próprio deus, nunca o Deus de Todos, pois esse Ouro não se reparte.

Assim como o investidor tem fé que suas ações vão continuar valorizando, e nunca desvalorizando, e assim reafirma o seu comportamento, os adoradores do Deus dos Homens tem fé que sua Igreja continuará crescendo, contruindo novos templos cada dia mais suntuosos, e que seu deus os trará cada dia mais riquezas, e nunca adversidades. Qual será a grande diferença entre essas duas crenças?

A mente do homem não cria apenas números e cotações e valores para a grama do ouro, ela também cria deuses e imbute neles toda a verdade que gostariam muito, sem dúvida, que fosse a Verdade Absoluta... Mas isso vai até as bolsas quebrarem, até a fé no Deus dos Pés de Barro ser destroçada pelo seu próprio peso, ai tanto uns quanto os outros poderão perceber que o que nos cabe fazer é conhecer a nós mesmos, a nossa verdade, e não insistir em criar verdades para os outros.

A riqueza de cada um se mede pela obra que se realiza com o Ouro que lhes é ofertado.

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1 comentários:

Anonymous Anônimo disse...

muito legal esse site ainda bem q eu encontrei ele pq se ñ eu tava frita eu tinha tirado um 0 na matéria de história rsrsrs.....

9/6/08 08:14  

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