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6.12.11

Intoxicados: o fim da guerra

Para quem acompanhou a série de artigos Intoxicados, e mais precisamente a parte 2 (A guerra dos 50 anos), acho que será relevante ouvir o que Denis Russo Burgierman tem para dizer nos vídeos abaixo. Eles foram produzidos pela Leya, a editora de seu livro O fim da guerra, onde ele nos traz um rico painel da situação do combate as drogas na Holanda, Califórnia, Espanha, Portugal e Marrocos - Regiões do globo que estão vencendo a guerra não pela repressão, mas pelo tratamento e legalização (oficial ou não) da cannabis (que sozinha representa 80% do mercado de drogas mundial):

Burgierman comenta sobre o cenário global de combate as drogas, e a guerra dos 50 anos

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Burgierman comenta sobre a polêmica na USP (em 2011)

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E, só para deixar claro: eu nunca fumei nada, pois tenho um certo "nervoso" de imaginar uma fumaça descendo pelo meu pescoço (contra a poluição não posso fazer nada). Não sou, portanto, "mais um maconheiro defendendo a legalização", mas sou, quem sabe, mais um pensador defendendo o fim de uma guerra inútil...

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4 comentários:

Anonymous Luis Olavo Dantas disse...

Que repressão policial e medidas legais não resolvem nada, eu até concordo. Mas eu queria entender qual é a alternativa que está sendo proposta.

Minha impressão é o que, de fato, é um problema de saúde pública (e a saúde pública é um problema maior ainda do que as drogas, diga-se) tem sido apresentado indevidamente como uma questão de direitos e liberdades individuais. Pode ser impopular o que vou dizer agora, mas na minha opinião sabotar a própria lucidez mental não é um direito individual. Pelo contrário, eu vejo essa atitude como um atentado ao contrato social.

Por isso pergunto: por que tanto interesse pela legalização, e tão pouca menção a iniciativas de boicote e tratamento? Não tenho ilusões quanto à eficácia de medidas legais e policiais, mas as drogas legais como o álcool e o rivotril são um problema talvez ainda maior do que a maconha e a cocaína. Se a intenção não é simplesmente abrir a porteira e dessa forma agravar o problema, então qual seria?

5/1/12 21:25  
Blogger raph disse...

Bem, primeiramente, Luis, devo admitir que a questão é bastante complexa, e que provavelmente não acomode uma "única solução"...

Penso que no atual contexto da chamada "guerra as drogas", os métodos utilizados em países como Holanda, Portugal e Austrália tem sido mais bem sucedidos.

É uma questão puramente prática, pragmática, e agnóstica quanto a ideias de moral ou de um "contrato social": onde vale mais a pena investir dinheiro, na repressão ou no tratamento?

Em tais países, a liberação da maconha, além de não ter aumentado o consumo (e sim, diminuído), "liberou" verbas para serem usadas no tratamento dos dependentes, e no combate as organizações criminosas - que, por sua vez, já se enfraqueceram enormemente, pois a legalização da maconha retira de suas mãos praticamente 80% do mercado de drogas ilegais (a maconha representa cerca de 80% desse mercado, em todo o mundo).

Num segundo momento, daqui a décadas, talvez faça sentido voltar a proibir a maconha, mas não agora... E, em todo caso, e nesse ponto concordo inteiramente contigo: existem drogas MUITO mais nocivas ao convívio social, sendo que a mais nociva, que causa mais mortes em acidentes de trânsito, brigas em bares, violência doméstica, etc., e de MUITO longe o álcool, ou as bebidas alcóolicas, que ainda são anunciadas na TV aberta (ao contrário, por exemplo, do cigarro, que já foi excluído da TV).

Abs
raph

6/1/12 15:32  
Anonymous Anônimo disse...

Não sou a favor.
Usando somente teu exemplo, vale lembrar que os países citados tem uma grande diferença com o nosso: a cultura. Já imaginou? Vai aí uma bolsa-canabis? E por aí vai..
Penso que uma melhor solução seria o boicote mesmo.. Se ninguém compra, ninguém vende, simples assim. Afinal, necessitamos das drogas?

11/6/13 14:00  
Blogger raph disse...

Ora, se mesmo no "primeiro mundo", com altos níveis de educação, não há boicote total, seria ingenuidade imaginar que nalgum momento haveria tal boicote num país no estado educacional em que se encontra o Brasil.

Mas ainda há, claro, o "boicote imposto", neste caso os exemplos estão no Oriente Médio. Não creio que estes exemplos devam servir de referência para uma democracia, no entanto... E então, o problema persiste, e muito, muito dinheiro é gasto para enxugar o gelo.

11/6/13 14:04  

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