Uma correspondência de amor
Este conto em homenagem aos 5 anos deste blog...
Oi menina. Resolvi lhe enviar uma carta, já que esse me parece o meio mais sincero que tenho para me expressar sobre nossa relação.
E aqui estou eu escrevendo a mim mesmo, e desse modo também a você. Parece estranho não? Mas é verdade. A menina que eu conheço é aquela que eu sinto dentro de mim, e a cada vez que a encontro, aprendo mais sobre ela, até que ela fique cheia e brilhe como uma estrela no meu coração.
Para  mim, o amor se constrói...
  Para  mim, o amor não se baseia em uma condição, é incondicional...
  Para  mim, o amor não exige nem é exigido, ele apenas é, existe. Como o gato que  simplesmente dorme, come, recebe carinho e corre atrás dos mosquitos de luz...
Pergunte para o gato como é ser gato e ele lhe dirá mais ou menos assim: "Sei lá, mesmo que eu tivesse consciência sobre o que sou acho que não gostaria de saber. Eu apenas sou o gato".
Assim eu  também apenas sou eu, seu amigo, que te ama. 
  Um amigo que te ama. 
Talvez alguém que você não entenda... Algum maluco que entrou na sua vida e fica mandando cartas sem sentido. Mas não existe tanto sentido nisso não. Não dá para explicar, você tem de descobrir por você mesma. Eu posso só ajudar.
Não  quero dizer que sei de algum segredo que vai mudar sua vida, sou só apenas eu.  Mas acho que posso te amar, e eu sei que isso vai te ajudar. Basta que você  seja sincera. Primeiro, com você mesma, e depois comigo...
  E antes  que isso pareça uma cobrança, digo que não é...
Que se dane se vou te beijar ou não. Coisa pouca. Já estou feliz por lhe ter encontrado e conhecido... Se continuar como está, que seja maravilhoso como é. Como sempre foi maravilhoso, e sempre será, encontrar pessoas simples e puras como você.
Eu sei que você criou mascarás para se proteger da falsidade dos outros, e também sei dos seus defeitos. Mas eu enxergo através da mascará, pois consigo ser verdadeiro. Eu perdoo os defeitos, pois também tenho defeitos em mim, e não me culpo por isso. Trabalho para atenua-los.
Não me limito, não mais. Eu já cansei de me preocupar com o que pode acontecer. Cansei de não dizer a verdade por orgulho ou medo. Eu estou em paz. Quem sabe até quando ela vai durar, mas sinto que dentro dessa paz também sou sábio de certa forma...
Sábio como uma andorinha, mas pelo menos acho que conquistei algo que não irá mais se perder. Não irá sumir com a primeira rajada de vento, como uma cabana de palha...
Portanto, da nossa relação, espero que também tenha a mesma base de cimento sólido, que não se racha. E então poderemos ver a andorinha virar uma águia... E sabe lá quão alto irá voar.
Não tenha medo de voar, como todo o resto, é coisa pequena, e não devemos esquentar a cabeça com elas... Assim, quando percebemos sua grandeza, nem nossa própria sombra ignorante poderá interrompê-la.
Apesar  de tudo, acho que o ser humano nasceu para ser feliz. 
  E que  melhor maneira de ser feliz do que amando os outros?
  Portanto,  não tenho medo de te falar desse amor, e eu mesmo sei que um dia você também não  o terá. Vamos trabalhar para isso então.
E o resto é o resto...
raph’00
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Crédito da imagem: Arman Zhenikeyev/Corbis
Marcadores: amor, contos, contos (41-50)
						
						
						
						
						
						
						
						
						
						
						
						
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