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5.2.18

O fogareiro

Quantas vezes vim aqui?
Quantas vidas passei por tal jardim
sem nada ver nem perceber
de suas flores e caules e raízes,
de seu suave e eterno
perfume de jasmim?

Que sabia eu de mim?
Quantas vidas de projetos inacabados,
e amores perdidos e achados,
e ilusões em desencanto,
e dor e angústia e falta de sentido
por todo canto?

Quantas vezes vim aqui?
Quantas vidas em meio ao caos?
Quanto tempo até enfim aprender
a abrir os olhos de adentro
e ver o ser,
e vendo perceber
que o reflexo de tanta dor,
e tanta confusão,
foi justamente o que fez brotar
tal ardor em meu coração?

Que queime, que arda por inteiro!
Que faça renascer todo amor do mundo
neste pequenino e singelo
fogareiro...


raph'18

***

Este poema também se encontra na página Poetas do Caos: facebook.com/caospoetas/

Crédito da imagem: David Uzochukwu

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