Geburah shebe Tiferet
 
Hoje é o  primeiro dia do Curso de Amor.
Os alunos  carregaram suas cadeiras
da sala de  aula até o jardim,
e com elas  formaram um círculo
em torno de  um pequeno chafariz.
Quando chegou  o professor,
  todos já  estavam apreensivos.
  Afinal, nunca  haviam realmente 
  elaborado uma  estratégia para o amor,
  ou para como  lidar com ele ao longo da vida.
  Ele era,  enfim, a coisa mais preciosa,
  e também a  mais desconhecida,
  da qual toda  a Academia se afastara –
  menos aquele  professor...
Sentado na  borda do chafariz,
  ao centro de  todos,
  ele deu  início a aula:
“O amor. Ó, o  amor, tão assustadoramente ilógico,
  tão terrivelmente  caótico,
  tão maravilhosamente  vivo, vivo!
Ele não se  encontra nas cartilhas nem nos livros acadêmicos,
  mas num  coração que insiste em bater
  e pulsar, a  cada momento de nossas vidas.
Meus amigos,  se querem compreender o amor,
  precisam abandonar  esses manuais de natação;
  precisam  mergulhar em si mesmos,
  explorar as  suas fossas mais profundas,
  e colher  todas as pérolas submersas,
  uma por uma.
Meus amigos,  ninguém pode dar amor
  sem ter amor.
  Pois o amor  não aceita moeda de troca –
  ele é o seu  próprio valor.
A sua  história não se encontra
  nos registros  das vidas dos reis e imperadores,
  nem nas  teorias políticas, sociais ou econômicas.
  De fato, a  sua história ainda não foi contada.
  Hoje, ela  precisa ser contada por vocês...
A cada dia de  suas vidas,
  enquanto o  sol e a lua se alternam pelo céu,
  há uma  miríade de pequenos contos
  e primorosas  novelas
  sendo  contadas por cada um de vocês;
  não em  discursos ou livros,
  mas em atos  de amor!
Nessas  histórias, o porteiro pode ser um dos personagens principais,
  aquele que  pode retribuir cada “bom dia”
  com outro “bom  dia” ainda mais entusiasmado.
  Deem a devida  importância a tal personagem,
  pois é ele  quem guarda a sua porta de entrada
  e de saída.
E assim ele prosseguiu sua aula dando inúmeros  outros exemplos, 
    até que a tardinha chegou...
Meus amigos,  finalmente, eu lhes digo
  que há duas  formas de se interpretar este mundo,
  como que duas  ilhas separadas por uma baía:
  Numa delas,  tudo é separado, esquematizado
  e catalogado  em pequenas caixas.
  Noutra, tudo  é uno, vivo
  e compartilhado  como num grande banquete.
Eu não vim  aqui lhes ensinar mais nada,
  senão a se  embebedarem neste banquete;
  até que a  própria noção
  encarcerada  nos termos “eu” e “você”
  se dissolva  numa doce melodia
  que é cantada  por todos,
  enquanto  brindam em homenagem a Vida...
raph’30.04.14
***
Crédito da foto: Hayneedle Outdoor Fountains (Divulgação)
Marcadores: poesia, poesia (121-130), Sefirat ha Omer
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1 comentários:
Ae, tem uma tag Sefirat ha Omer =]
Sempre que vier para essas bandas será bem vindo.
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