Na soleira
Não sei como é tua casa, nem mesmo a porta...
Se estará aberta ou entreaberta
Decorada com flores ou diminutos duendes
De madeira ou de pura rocha;
Mas sei que terá uma soleira
E talvez tenha até um pequeno tapete
Para guardar fora a sujeira
O que sei é que tenho medo de perder-me de ti
Na imensidão de tua mansão...
Sei bem como as poetisas gostam de jardins
E grandes salões de jogos e bibliotecas
E uma pequena mesa para se jantar e almoçar
Visto que comer só é coisa de lobos e leões:
Imagino que em tua casa o café da tarde
Seja a hora de maior alegria
Quero então ver-te ali, na soleira...
Talvez com um olhar angustiado de saudade
De nunca termos sequer nos visto;
Mas eis que em teu olhar já verei
Todos os cômodos de tua mansão
Que jamais adentrei...
E, então, poderemos pular ligeiro
Para o café com bolachas
Salpicado por poemas
Anedotas para qualquer idade
Doces e breves risadas
E uma leve brisa
Da mais pura felicidade
raph'12 (para Carol)
***
Crédito da foto: ClassicStock/Corbis
Marcadores: poesia, poesia (81-90), saudade
4 comentários:
Amor também se faz assim, com palavras. Com poesias que deixam pegadas, da porta de casa à porta do coração. Amar também é isso, por que não?
Minhas portas, meus braços e meu coração estarão sempre abertos pra ti.
Beijo!
Os meus também. Talvez a inspiração seja isso: brisas de amor que passam, e não encontram portas fechadas...
Bjo :)
Foi um dos mais belos poemas que já li, "A Soleira"
Muito lindo!!
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