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11.12.13

Lançamento: O Profeta

As Edições Textos para Reflexão tem o orgulho de lhes trazer O Profeta, a obra prima de Gibran Khalil Gibran, traduzida do original em inglês por Rafael Arrais.

Gibran é o tipo de escritor que trabalha no limite da linguagem, quando as palavras, apesar de serem apenas cascas de sentimento, conseguem ainda assim trazer um resquício do gosto e do perfume dos frutos que crescem além do tempo, no interior da alma. O Profeta já foi traduzido para mais de 30 idiomas e lido por milhões de pessoas em todo o mundo. Dentre estas há, quem sabe, milhares que o elegeram um livro de cabeceira, para onde retornam cada vez que sentem saudades da primavera.

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Abaixo, segue um dos capítulos do livro, onde Almustafa, o eleito e amado, fala sobre a Liberdade:

E LHE DISSE um orador, “nos fale da Liberdade”.
E ele respondeu:
“Nos portões da cidade e no aconchego de seus lares, eu os vi prostrados a adorar sua própria liberdade,
Como escravos que se rebaixam perante um tirano e os glorificam, ainda que ele os destrua lentamente.
Sim, no bosque do templo e pela sombra da cidadela eu tenho observado aos mais livres dentre vocês vestirem sua liberdade como o preso coloca suas algemas.
E meu coração sangrou em meu interior; pois vocês só poderão ser libertos quando até mesmo o desejo de liberdade deixar de ser um jugo, e quando cessarem de falar dela como se fala de uma meta e de um fim.
Vocês serão livres, em realidade, quando se livrarem das preocupações dos dias e dos desejos e aflições das noites;
E assim, mesmo quando essas coisas sobrecarregarem suas vidas, vocês se elevarão acima delas, desnudos e desatados de todos os seus nós.

E como vocês se elevarão acima dos seus dias e noites a menos que partam as correntes com as quais, na aurora de sua compreensão, vocês se ataram as suas horas passadas?
Na verdade, isto que chamam “liberdade” é a mais pesada dessas correntes, embora seus anéis cintilem ao sol e ofusquem os seus olhos.

E o que são senão fragmentos de si próprios aquilo do que vocês buscam se livrar para se tornarem libertos?
Se é uma lei injusta o que buscam abolir, lembrem-se de que esta lei foi escrita por suas próprias mãos em suas próprias frontes.
Vocês não podem apaga-la pela queima de seus códigos de leis ou por lavarem as faces de seus juízes, embora derramem todo o mar sobre eles.
E se é um déspota que desejam destronar, cerifiquem-se primeiro de que o trono erguido em seus interiores já se encontre destruído.
Pois como poderia um tirano dominar os livres e os orgulhosos se estes já não possuíssem uma tirania em sua própria liberdade e uma vergonha em seu próprio orgulho?
E se é uma preocupação o que desejam eliminar, esta preocupação não lhes foi imposta, mas sim escolhida por vocês mesmos.
E se é um medo o que desejam dissipar, o trono deste medo está em seu coração e não nos lugares assombrados.

Em realidade, todas essas coisas se movem em seus interiores em constante meio enlace – o que é desejado e o que é temido, o que é repugnante e o que é atrativo, o que buscam e o que lhes inspira a fuga.
Tais coisas se movem em seu ser como luzes e sombras, em pares estreitamente unidos.
E quando a sombra se dissipa e já não está mais lá, a luz que ainda perdura se torna a sombra de uma outra luz.
E assim é que a sua liberdade, quando se livra de seus grilhões, se torna ela mesma um grilhão para uma liberdade ainda maior.”


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