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5.11.14

O caso Mignonette

Imaginem um bote a deriva em alto mar, com quatro sobreviventes do naufrágio de um navio (o Mignonette) em meio a uma forte tempestade. Imaginem que eles estão há muitos dias sem comida ou água, e que um deles, o mais novo e órfão, está passando muito mal devido ao fato de haver – contra a recomendação dos outros ocupantes do bote – bebido da água salgada do mar. Imaginem que os três que ainda parecem ter maiores chances de sobreviver por mais alguns dias são todos pais de família e altamente estimados por seus pares na sociedade. Imaginem que lhes passa pela mente que a única chance de sobreviverem seria assassinar o garoto doente e se alimentar da sua carne e do seu sangue... Podem parar de imaginar, pois se trata de um caso real, ocorrido no final do século XIX em mares ingleses, e que se tornou bastante conhecido na história do Direito.

Michael Sandel, em sua série sensacional de aulas sobre filosofia moral na Universidade de Harvard, usa tal história para demonstrar como o utilitarismo, uma doutrina ética que prega que o bem-estar das pessoas deve ser sempre a meta a ser buscada, nem sempre é de fácil compreensão ou interpretação, e abre uma discussão sensacional com os próprios alunos do curso, que basicamente devem tentar chegar a um acordo para responder a questão: "Seria admissível o assassinato de um para que três pudessem sobreviver?".

Na cerca de meia hora abaixo, podemos refletir junto com a turma em Harvard:

» Veja o restante da série no YouTube (este é o segundo episódio)

***

Crédito da imagem: Google Image Search

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2 comentários:

Anonymous Acid disse...

Toda classe tem um cara maroto, né? :)
aos 12:00

6/11/14 14:05  
Anonymous Anônimo disse...

Adorei!

16/3/19 13:29  

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