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13.9.07

Criando o futuro

Já fazem alguns anos, mesmo décadas, que a física "esbarrou" na beirada de um outro mundo, um mundo onde a noção de passado, presente e futuro é no mínimo bizarra, quando comparada com nossa experiência cotidiana. No estudo da física quântica, descobriu-se que para algumas partículas muito pequenas, do mundo microscópico, como elétrons e fótons, não se pode nunca definir sua localização no espaço ao mesmo tempo que sua velocidade. Ao medir sua localização, a velocidade é indefinida. Ao medir sua velocidade, a localização é indefinida. Nesse último caso, descobriu-se que essas partículas tem um "campo de probabilidade" de estarem em algum lugar. É como se uma única partícula, ao passar por um espelho que a redirecionasse para a esquerda ou a direita (com 50% de chance para cada lado), não tenha ido para a esquerda ou para direita, mas sim para ambos os lados, cada qual com um probabilidade de ocorrência.

Apenas quando examinada, quando detectada, a partícula realmente se define por esqueda ou direita. Lógico que não tenciono explicar física quântica aqui, portanto, para saber mais fica a minha dica do livro "O tecido do cosmo", de Brian Greene. Mas o fato é que, após inúmeras experiências, se comprovou que realmente no mundo quântico as partículas funcionam dessa maneira. Em realidade, tudo funciona assim, mas no mundo macroscópico, as coisas tem uma probabilidade esmagadoramente grande de seguir o curso normal, definido por nossa experiência cotidiana. Poranto, a lua tem 100% de chance de ainda estar na Via Láctea amanhã, ou daqui a 100 anos.

No entanto, não sabemos se a lua está lá porque a observamos todo dia, ou se porque a realidade realmente é assim... Nada na física garante que as coisas são como são quando não observadas por ninguém. Fica comprovado, portanto, que o fato de observar, que o observador, o ser vivo, exerce alguma influência no mundo a sua volta, mesmo que microscópica, apenas por estar vivo, consciente, e observando o mundo.

Mas não é só isso. O fato de observar essas partículas faz com que elas se definam por um caminho ou outro, enquanto antes ambos os caminhos eram válidos, ambos tinham sua probabilidade de ocorrer. Mesmo um fóton que tenha sido refracionado por um quasar a milhões de anos-luz, quando passa pela Terra, se for observado, define um caminho percorrido, o que até então não tinha sido feito... Isso equivale a dizer que, o passado percorrido por esse fóton não foi alterado, mas se conformou a uma escolha, a um caminho, porque foi observado no presente, aqui na Terra.

Nunca pararam para pensar que nossos sonhos, quando realizados, seguem este mesmo padrão? Quando finalmente conseguimos aquilo porque tanto batalhamos, é como se todo nosso passado houvesse sempre sido conformado, direcionado para isso... É como se, mesmo quando crianças, já soubéssemos que iríamos nos casar, arranjar um bom emprego, ou não. Nem sempre nosso passado se conforma, nem sempre parece que nossa vida faz sentido, e vou explicar porque...

Somos nós quem criamos nosso futuro. Mas precisamos construí-lo com muito trabalho, e muita vontade de que ele realmente ocorra... Sonhar por sonhar, não leva a nada, pois nesses sonhos baratos de se alcançar fama ou riqueza, não nos imaginamos efetivamente trabalhando por ela. Sonhamos com o resultado já conquistado, como uma dádiva divina, uma sorte grande, que pode nos aparecer a qualquer momento. A realidade, no entanto, não funciona dessa maneira.

Ao sonharmos com um conquista, mas nos imaginando trabalhando por cada passo dela, cada degrau em sua direção, estaremos mais de acordo para que a probabilidade dessa conquista se aproxime de 100%. Um brilhante médico que, ao entrar para a faculdade, já se imaginou estudando horas a fio, já se imaginou estagiando em hospitais e realizando cirurgias difíceis, não se surpreenderá tanto quando, no futuro, perceber que realmente se tornou um grande médico; e seu passado fará todo sentido, suas escolhas estarão todas conformadas com esta observação futura de que ele é sim, um bom profissional. De que adianta sonhar com o final do caminho, quando não apenas a graça, mas a realidade da vida em si, está exatamente em cada passo dado nesta ou naquela direção?

Portanto, a física quântica não parece assim tão bizarra quando analizada dessa forma. Pelo contrário, ela parece mais de acordo com a realidade do que as leis que dizem que uma maça irá se espatifar na grama quando se desprender de um galho de árvore. Ali, só existe a gravidade. Aqui, existe a criação consciente de nossa própria realidade, nosso próprio destino. Lembrem-se, a vida é uma grande probabilidade de imenso aprendizado.

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3 comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Deus não precisa do nosso dinheiro, Deus precisa de nossas ofertas e dízimos e oque ele quer com tudo isso é nossa obediência.
Não se deixe enganar...

16/10/07 08:54  
Blogger raph disse...

Acho que ela quis comentar sobre esse outro artigo:

http://textosparareflexao.blogspot.com/2007/09/deus-precisa-do-seu-dinheiro.html

Aproveitando, em Outubro estou em viagem a trabalho (e férias eventualmente) e provavelmente não terei tempo de postar nada.

Abs
raph

17/10/07 10:49  
Blogger Unknown disse...

Excelente texto! Obrigado pela contribuição.

30/1/17 17:00  

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