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4.12.08

Você e o copo (II)

Retornemos a experiência do copo:

Pegue um copo, pode ser qualquer tipo de copo, e o apalpe com as mãos por alguns momentos. Sinta a pressão em seus dedos, de acordo com a força com que os pressiona contra a superfície do vidro... Mas cuidado para não quebrar o copo e machucar a mão!

Agora me permita fazer algumas perguntas, e lhe trarei as respostas ao final. Portanto, não as leia se ainda estiver pensando na resposta:

1. O copo é real?

2. O copo é sólido?

3. De que forma você sente o copo nas mãos?

 

 

Bem, vamos as respostas:

1. Sem dúvida, tudo o que é percebido faz parte da realidade.

2. O copo tem volume e forma definidos, e seus átomos tem uma ordenação espacial fixa: apesar de ainda se moverem, este movimento é imperceptível aos olhos humanos. Dessa forma, e nesse sentido, o copo é "sólido".

3. Através do sentido do tato, conseguimos perceber a pressão que nossos dedos exercem sobre o copo.
No entanto, é interessante imaginarmos que se, por algum momento, os átomos que estão na ponta de nosos dedos se chocassem com os átomos do vidro que forma o copo, teríamos uma potencial reação de fusão nuclear, tornando a experiência potencialmente letal, não somente para nós, como para todo o planeta...
O que há de realmente "sólido" no vidro do copo (assim como em nossos dedos) são átomos, que em suas "superfícies" são formados por elétrons. Quando elétrons são aproximados uns dos outros, eles se repeleam mutuamente, pois possuem a mesma carga (como dois imãs de mesma carga, por exemplo).
Quando tocamos a matéria "sólida" (o vidro do copo), é a força de repulsão eletrostática (entre os elétrons) que nos transmite a sensação de pressão através das terminações nervosas em nossos dedos (tato). Dessa forma, nada de realmente "sólido", nada que contenha massa, nunca se choca, a não ser nas reações nucleres.
Quando caminhamos sobre o solo do planeta, estamos na verdade flutuando sobre ele. O fato de "acreditarmos" que estamos realmente tocando o solo (seja com os pés descalços ou não) se deve a forma tradicional com a qual entendemos a matéria sólida: o solo, o copo, nossos corpos, um trêm bala, a Lua, etc... É preciso um certo conhecimento da Física para que nosso cérebro se acostume a interpretar o que realmente ocorre quando caminhamos; E mesmo assim, trata-se de uma simulação de nossa imaginação, pois não temos sentidos apurados o suficiente para perceber átomos e elétrons bailando pelo Cosmos à nossa volta.

Nessa nova experiência percebemos que toda matéria é, portanto, intangível. Tudo o que "tocamos" é o vazio entre os elétrons, e sua repulsão eletrostática.

Segundo a teoria da Matéria Escura, a matéria convencional, essa que forma "as coisas ao redor", corresponderia a míseros 4% da matéria do Universo... Portanto, podemos ser perfeitamente materialistas, contanto que percebamos o "quão pequeno" é esse mundo da matéria, e o quanto falta ainda para o homem descobrir, detectar, e desvendar.

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