Filhos do horizonte
 
Mexe uma  pedra, levanta um galho
E o que vê  não é galho nem pedra
Mas luz a  refletir pelas coisas criadas
Pois tudo o  que há é luz condensada
E luz que se  propaga como a cerração da neblina
Guiada por  brisas através dos campos infinitos
Cheios de  galhos e pedras
E vós, que  sois filhos do horizonte
  Não devem  temer a escuridão nem a morte
  Pois a  escuridão não há – é ausência de luz
  E a morte não  há – é apenas a renovação da vida
  E além do  horizonte, pelas estrelas da noite
  Tudo o que há  são pérolas a luzir
  Sóis que vos  criaram como pedras
  Moldadas em  fornalhas
E a girar  pelas estrelas estão ainda outras pedras
  Cada pedra,  um berço potencial de vida
  Cada vida, um  berço potencial de luz
  E vós, que  sois filhos do horizonte
  Não devem  se inquietar com tal imensidão
  Com saber de  onde vieram tantas pedras e tantos sóis
  Ora, e não parece  óbvio?
  Vieram do  horizonte, como vós...
Para lá anseiam  retornar
  Algum sentido  obscuro em vosso ser vos diz:
  “Fomos  criados a sua imagem e semelhança”
  Mas qual é,  afinal, a imagem do infinito?
  Seriam todos  esses seres que veem pelo caminho
  Enquanto rumam  ao horizonte?
E qual seria  a vossa semelhança, afinal?
  Senão a luz a  desbravar o Cosmos como estrela cadente
  Senão a luz a  refletir em pedras e galhos secos
  E seres cheios  de vida
  E a própria  vida?
raph'10
***
Crédito da foto: Holger Spiering/Westend61/Corbis
Marcadores: espiritualidade, existência, infinito, poesia, poesia (61-70), universo
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