A música das esferas
Estes são alguns trechos do Projeto Rumi onde temos apenas comentários meus acerca dos poemas de Jalal ud-Din. O Projeto já se encaminha para um final, em breve...
Há este grande jogo, a grande caçada da vida:
Caçamos e emboscamos a felicidade, e dormimos com ela por uma noite, uma semana ou quem sabe um mês inteiro...
Mas virá o dia, mais cedo ou mais tarde, em que ela nos escapará por entre os dedos, como a areia da praia e as brisas da primavera.
Então será um novo dia, um novo jogo da vida, uma nova caçada, uma nova aventura.
Porque temer tais emoções? Ora, é precisamente porque existe a tristeza que podemos reconhecer a felicidade. Se tudo fosse sempre igual, se todas as manhãs e todas as brisas e todos os grãos de areia fossem exatamente os mesmos, se nós acordássemos todos os dias sem havermos mudado nem um tiquinho, então seríamos sempre os mesmos – múmias petrificadas, fósseis, cadáveres adiados...
E seríamos tristes ou felizes? Tanto faz!
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A tristeza é uma ferida por onde Deus fala conosco.
A felicidade dura somente até a próxima vez que precisarmos de um novo conselho divino.
Isto é a vida, bem vindo.
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A Natureza é uma verdadeira sinfonia com seus sons, ciclos e chacoalhar da folhagem...
Os pássaros são os Mestres Cantadores. Coube a eles o eterno anúncio das manhãs!
As flores são as Inspetoras dos Reinos. Coube a elas espalhar o perfume infinito pelo horizonte (menos os girassóis, que estão ocupados observando e anotando o movimento do sol).
As abelhas são as Grandes Mercadoras. Coube a elas o comércio de pólen e sementes por todas as paragens...
E assim, tudo se renova.
Tudo retorna ao que era antes sem haver saído de onde estava, pois não existe “onde estava”.
Tudo vibra e nada está parado, e os girassóis que observam aos sóis das galáxias distantes (se é que existem girassóis por lá, mas ainda que não existam, nós inventaremos) parecem, de alguma forma, escutar a mesma canção que chegou a Jalal ud-Din...
Só é possível ouvir a música das esferas quando fazemos silêncio.
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Crédito da imagem: encontrada em mevlana
Marcadores: espiritualidade, natureza, Projeto Rumi
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