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13.1.10

Teorias conceituais

Fonte: Dicionário Céptico, em seu excelente artigo sobre teorias (utilizamos aqui apenas uma parte do artigo).

O termo 'teoria' pode ser compreendido tanto numa acepção 'forte' como numa acepção 'fraca'. Na acepção 'forte', uma teoria é um princípio ou conjunto de princípios para explicar, organizar, unificar, e/ou compreender o sentido de um conjunto de fenômenos. Na acepção 'fraca', uma teoria é uma crença ou especulação. Não-cientistas comumente usam o termo 'teoria' na acepção fraca para se referir a uma crença ou a uma especulação ou palpite baseados em informações ou conhecimento limitado, por exemplo, minha teoria sobre o sexo antes do casamento é... ou, minha teoria sobre por que os Yankees vencem tantos campeonatos é... Nós nos preocuparemos aqui apenas com teorias na acepção forte.

Poderíamos dividir as teorias em científicas e não-científicas. As últimas poderiam ser ainda divididas em empíricas e conceituais. (...)

Uma teoria conceitual é não-científica e não-empírica. Algumas teorias conceituais são explanatórias, por exemplo, teorias metafísicas como criacionismo, materialismo ou dualismo. Como todas as teorias conceituais, criacionismo, materialismo e dualismo não podem ser testadas empiricamente. Elas não são falseáveis nem tem nenhum valor preditivo. Cada teoria é logicamente coerente, isto é, não há nenhuma contradição lógica em acreditar que tudo o que é real é físico, nem há nada de contraditório em acreditar que existem duas realidades, uma física e outra espiritual. Não há nada de contraditório em acreditar que o universo teve um Criador, nem o ateísmo é inerentemente auto-contraditório. Cada teoria é consistente com o que nós sabemos sobre o mundo. Tudo o que pode ser explicado por espíritos ou realidades não-físicas, pode ser explicado pelo materialismo. Apesar de tudo, nem o materialismo nem o dualismo podem ser testados empiricamente; logo, nenhum pode ser confirmado empiricamente de nenhuma maneira significativa. Não há nada no universo que possa ser explicado por um Criador que não possa também ser explicado sem referência a um Criador. Por outro lado, teorias conceituais também não podem ser refutadas. Não há nenhuma forma de alguém provar que o teísmo ou o ateísmo, ou o materialismo ou o dualismo são falsos apelando para evidências empíricas. Além disso, tudo o que puder ser dito a respeito do valor e da validade do materialismo ou do ateísmo se aplicam igualmente às teorias do dualismo e do teísmo.

Algumas teorias conceituais são prescritivas, por exemplo, teorias éticas como o utilitarianismo. Elas declaram o que deve ser, ao invés de tentar explicar o que é.

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1 comentários:

Blogger raph disse...

Considerando que muitos debates giram em torno do embate entre o materialismo (incluindo a afirmativa que apenas o cérebro gera a consciência) e o dualismo (incluindo a afirmativa de que existe a dualidade mente-corpo), acredito que vale a pena destacar que nenhuma das duas teorias conceituais está comprovada, e nem temos alguma noção se estarão nas próximas décadas, ainda que a ciência tenha avançado a passos largos ultimamente...
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Portanto, seria de se recomendar que os debatedores se atenham a lógica de suas afirmações, e não no argumento de "está provado ou não está", pois isso nesse caso é irrelevante visto que nenhuma delas está...
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Também vale lembrar que o materialismo, por incrível que pareça, não é oposto ao espiritualismo. Existem religiosos espiritualistas que são inclusive ateus ou agnósticos, como certos budistas, e há muitos espiritualistas que dizem que o espírito "é formado por algum tipo de matéria ainda desconhecida".
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Dito isso, me parece que também é bastante óbvio que a maioria dos cientistas é materialista ou, no mínimo, detém uma posição agnóstica em relação a este debate materialismo vs. dualismo.
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A ciência em si, entretanto, não é nem materialista nem dualista nem espiritualista. A ciência é a ciência - o conhecimento da natureza e do mecanismo de sua realidade detectável.

26/2/10 11:47  

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