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8.8.12

Citações (5)

Algumas citações minhas e de outros autores. Elas geralmente já terão aparecido anteriormente na página do Textos para Reflexão no Facebook...


Há mais um paradoxo na metafísica: dizem os materialistas que tudo o que existe é matéria, e que muitas ideias metafísicas são bobagens não existentes. Porém, mesmo a matéria é informação, e mesmo o pensamento lida com informações.

Dessa forma, mesmo o Unicórnio Rosa ou o Gnomo Barrigudo existem, tanto na forma quanto no conceito, no tilintar de informações das tantas mentes que os imaginaram. E não somente existem: são feitos de alguma espécie de matéria.

Apesar de não haver garantias de que existam também fora das mentes por onde foram imaginados, não bastará acusar a metafísica de ser "imaterial" para se ver livre de sua existência: ela existe, as informações existem, e a matéria pode mesmo assumir muitas e muitas formas, talvez infindáveis...

Há mais um paradoxo que pode ser reconciliado: física e metafísica são irmãs. Se a primeira é o que existe lá fora, fora de quaisquer mentes, a última é o que existe aqui dentro, no único lugar de todo o Cosmos em que podemos realmente detectar, conceber, imaginar, interpretar o que há "lá fora" - a nossa mente.

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E se nos chamam de loucos, que nossa loucura seja feita de luz, e guardada numa caixa: abramos a caixa apenas para os que compreendem que a loucura também faz parte da vida.

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Tudo é informação, e informação nada mais é que o evento que dá forma a mente (significado antigo), assim como o evento que afeta o estado de um sistema dinâmico (significado moderno): "Nada aqui é verdadeiro", pois tudo que há por aqui a ser percebido é um vir-a-ser da informação, uma informação em fluxo constante - era verdade, e já não é mais; "Tudo nos é permitido" realizar com a informação, ao menos em nossa mente, mas alguns pensamentos são mais belos e profundos do que outros, particularmente os pensamentos de amor.

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O amor mesmo pode as vezes ser confundido com sofrimento, principalmente quando o perdemos... Mas talvez venha o dia em que percebamos que o amor verdadeiro nunca é perdido, e que é melhor ter amado pelo tempo que foi possível amar do que nunca haver sequer conhecido o amor. Então acho que o amor nos ensina também a sofrer com o consolo de que ele jamais nos abandonará: é sempre possível amar de novo, e cada vez mais. O tempo é toda a prova...

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Se Deus é pensado como um Ser, ou apenas como um Ser, racionalmente e intuitivamente chegaremos a dilemas sem volta, a paradoxos irreconciliáveis, e invariavelmente dia chegaremos a uma certa descrença. Mas, então, será o início, e não o fim... Pois quando finalmente percebermos que Deus é Substância, a Substância que não pode criar a si mesma, o Uno que formou tudo o que há através do Movimento, então teremos a genuína experiência de estarmos encharcados por seu Oceano onde quer que cheguemos, em todos os momentos da existência...

Então começaremos a compreender que todos somos parte dele, e todos estamos conectados numa longa teia de luz. E saberemos que é o Amor, só o Amor, a essência de seu Movimento. Então passaremos a amar, pelo prazer de amar, pois o Amor é sua própria recompensa, e quanto mais arde em nossa alma, mais combustível há para que o fogo cresça ainda mais, cada vez mais... E não teremos nada pelo que crer ou descrer, nem nada a temer. Teremos dado o primeiro passo no caminho, e depois do primeiro já saberemos que a época da escuridão da alma ficou para trás. Será o início da vida, e o fim da sobrevivência.

Mas nada disso se aprende lendo palavras - o Amor não é uma palavra.

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Se confundimos mediunidade com magia, ou médiuns com magos, surge uma confusão só, e uns acham que um sistema funciona e outros que não, talvez mais por questões de nomenclatura, ou não compreensão do conceito em questão.

Um médium entra em contato com entidades “de fora”, e é através delas que recebe informações. Um mago, a meu ver, está mais para “médium de si mesmo”, e nessa troca de informações consigo mesmo, se for fundo e alto o suficiente, é capaz de encontrar mesmo a mais grandiosa das entidades: Deus, ou a Vontade de Deus.

Espinosa, em sua Ética, nos trouxe não somente uma definição lógica de Deus, “a substância que não pode criar a si mesma”, como uma espécie de definição filosófica da intuição e da vontade conectadas a Vontade de Deus, o que para Espinosa (e muitos outros) era a atividade mais grandiosa de um ser humano, e aquela que sempre lhe traria a maior felicidade.

Mas, acho que a despeito de todos os manuais práticos sobre natação, só se aprende a nadar, nadando. Quero dizer é isto: só se aprende a amar, amando.

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A. Que significa nada, senão o que não existe? 

B. Talvez digas a verdade, mas impede-me de concordar o que acima concedeste: que não há sinal que não signifique alguma coisa. Ora o que não existe não pode de maneira nenhuma ser alguma coisa. Portanto (a palavra nada) não é sinal, pois não significa uma coisa. [...] De preferência a uma coisa nula diremos antes que a palavra (nada) significa certa impressão do espírito quando este não vê uma coisa, e não obstante descobre ou pensa ter descoberto que ela não existe.

Agostinho de Hipona, O Mestre, cap. II

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Crédito da foto: Hill Street Studios/Gary Kious/Tetra Images/Corbis

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2 comentários:

Blogger Carol Phoenix disse...

Tua mente - tua casa intransferível. Nela te nascem os sonhos e aspirações, emoções e idéias, planos e realizações. Dela partem as tuas manifestações nos caminhos da vida, e de nossas manifestações nos caminhos da vida dependem o nosso cativeiro à sombra ou a nossa libertação para a luz. [Por Emmanuel] *

9/8/12 20:29  
Blogger raph disse...

:)

10/8/12 09:33  

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