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10.8.12

Citações (7)

Algumas citações minhas e de outros autores. Elas geralmente já terão aparecido anteriormente na página do Textos para Reflexão no Facebook...


O Bergson diz aqui que "o olho vê somente o que a mente está preparada para compreender"...

É uma frase bastante profunda do Bergson, mas se formos refletir um pouco mais a fundo sobe o assunto, teremos algumas conclusões ainda mais surpreendentes:

-O olho é apenas uma ferramenta de captar fótons (luz); O que vê não é o olho, mas o cérebro. Uma pessoa com os olhos perfeitos, mas sem um cérebro funcional, pode ainda assim não ver nada, ou não distinguir o que vê.

-Mesmo o cérebro levou anos para "aprender a ver". Cegos de nascença, como alguns descritos nos livros do neurologista Oliver Sacks, mesmo após terem recuperado a visão podem levar até 15 anos para "reaprender a enxergar", e alguns deles podem até enlouquecer ou preferir voltarem a ser cegos.

-Se o olho é uma ferramenta que envia informações ao cérebro, mesmo o cérebro age como ferramenta para a mente, ou o que quer que, dentro dele, interprete o que está sendo visto, e possa admirar "o amarelo da pétala do Girassol", ou "a vermelhidão do céu no final da tarde".

-Nos sonhos, quando nunca vemos com os olhos, mas diretamente com a mente, ainda assim podem surgir formas e signos tão "alienígenas" a nossa realidade desperta, que mesmo após acordar não compreendemos o que se passou, ou simplesmente esquecemos...

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Segundo o filósofo americano John Searle, a consciência poderia ser imaginada como um “quarto chinês”: neste quarto estariam armazenados todos os dicionários e regras de gramática associados ao idioma chinês. Dentro dele haveria um homem capaz de traduzir e responder às questões escritas em chinês manipulando esses recursos, apesar de não saber falar uma única palavra nessa língua. Então, alguém que enviasse a frase “Como está o dia hoje para você?” poderia receber a resposta “Horrível!”, no mesmo idioma. Visto de fora, poderia parecer que o homem no interior “entendeu” a questão, mas Searle argumenta que esse comportamento não é suficiente para a compreensão.

Da mesma forma, um computador nunca poderia ser descrito como “tendo uma mente” ou “compreendendo”. Já o cérebro poderia ser tão somente “um supercomputador pilotado pela mente”.

Outros filósofos argumentam que a compreensão consciente seja tão somente o processo de “se comportar como se entendesse”.

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Para os Panteístas, como Parmênides, Plotino e Espinosa, Deus e o Universo são a mesma coisa, o Uno. Neste contexto, falar em "causas naturais" e "causas divinas" não faz muita diferença, pois a Natureza também é divina.

Por isso que, para muitos Panteístas, dizer que Deus existe ou não é inútil, ao menos do ponto de vista filosófico. Melhor seria perguntar: "O que é Deus para você?"; ou ainda: "Porque existe algo e não nada?". Estas sim são questões pertinentes, sem respostas fáceis, e que fazem pensadores, e não dogmáticos do "existe" ou do "não existe".

No fundo, Deus é apenas uma palavra. E, ao mesmo tempo, Deus é Tudo.

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A vida é cheia de muitas coisas. Felizes são aqueles que conseguem se preocupar apenas com aquelas que podem mudar, e não esquecer jamais do perfume dos amantes, e não desviar a atenção do ritmo da melodia da festa - sim, esta mesma, que é celebrada neste momento.

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É melhor amar e perder, amar e sofrer, do que nunca haver sequer amado, do que nunca haver sequer vivido. O que sobra do amor? Todo o amor, e toda a poesia.

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Seria o Nirvana o último passo da longa caminhada? E depois o que? Ficar eternamente diluído no Grande Oceano? Dar por encerrada a navegação?

Devemos lembrar que o próprio Buda respondeu tais questões, não com palavras, mas com ações: foi somente após ter alcançado o Nirvana que Sidartha passou a percorrer as estradas e os vilarejos do Oriente, refletindo a luz de sua sabedoria adiante... Para o Buda, o Nirvana foi o início, não o fim.

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O Céu, afinal, não é o lugar onde os anjos estão, nem há nesse momento nenhuma festa acontecendo por lá. Os anjos estão atarefados demais convidando aos que ainda não chegaram para a Grande Festa, quando o Céu estará finalmente cheio - todos nós, de mãos dadas, dançando em torno do Sol.

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Crédito da imagem: Martin Puddy/Corbis

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