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22.1.07

O grande salto (II)

Continuando o assunto:

Lógico que existe um mistério nessa questão da abrupta evolução do Homo sapiens, apesar de a ciência ainda não ser capaz de decifra-lo, não quer dizer que existam explicações de ordem não-científica para esse mistério... Sim, mas por outro lado, talvez nossa própria compreensão da ciência seja falha.

Claro que descendemos mesmo do macaco, e lógica cristã da criação do homem e da mulher é apenas uma alegoria criada para explicar algo complexo para mentes que (na época) ainda não tinham condições de absorver toda a verdade. Se até hoje existem os orgulhosos que não admitem terem ancestrais macacos, imagine a uns dois mil anos atrás... Entretanto, tampouco é crível que o grande salto do Homo sapiens tenha se desenrolado sem ao menos um auxílio de uma dita inteligência superior.

Ao colocar corpo, mente e espírito no mesmo barco, e estudar a todos com métodos e teorias puramente científicas, talvez o braço filosófico e científico da doutrina espírita tenha chegado mais próximo de uma explicação plausível para o grande salto.

No espiritismo, entendemos que nenhum ser é capaz de criar um outro que lhe seja superior em inteligência. Temos sim, filhos que são em muito superiores aos pais, mas não são o pai e a mãe que criam os filhos, eles apenas concebem um corpo apto a receber um espírito; Além da genética e das ligações de amor, ódio ou amizade, não há nada em comum entre um filho e seus pais.

O espírito é, portanto, o gerador que move e controla o corpo, e o faz através das "teclas" da mente. Mas o espírito transcende o corpo e a mente, tanto que, sem o espírito, corpo e mente são apenas carcaça a espera de abutres e larvas. O espírito, mesmo quando desprovido de corpo e mente, ainda existe como energia e inteligência individual. Isso está também dentro da máxima de que "no universo nada se perde, tudo se transforma"... Não é preciso se aprofundar mais do que isso para entender de que modo a existência de espíritos pode ter contribuido para o grande salto do Homo sapiens.

Se é verdade que a seleção natural não pode criar novas abilidades, e que apenas privilegia certas abilidades que já estavam presentes nos genes de uma dada espécie, dai tira-se a conclusão de que a seleção natural não age mais de forma inteligente do que antes de forma intuitiva. Da mesma forma que certos animais realizam certas tarefas guiados puramente pela intuição, de modo a sobreviverem, a seleção natural faz o mesmo, privilegiando certos genes que provaram serem aliados a sobrevivência, descartando outros que de nada serviram para tal.

Mas, para se criar verdadeiramente, há que se ter inteligência... E para se criar inteligência, há que se ter inteligência superior. Se pensarmos que os espíritos podem nos preceder na Terra por milhões e milhões de anos, não fica dificil imaginar o quão superiores muitos deles nos são em inteligência e capacidade... De modo que, da mesma forma que fazemos experimentos com camundongos ou macacos para estudar doenças e comportamentos, é bem provável que toda a era antiga da Terra tenha sido antes um grande campo de experimentos... Experimentos de dinossauros, répteis, peixes, aves, mamíferos, homens, todos conduzidos pelos espíritos.

A grande diferença é que o objetivo deles era tão somente a criação de condições adequadas de vida, e corpos que favorecessem as lições evolutivas que outros espíritos ainda pouco evoluídos teriam de aprender. Pois que a evolução não se faz mais na genética dos corpos do que na lapidação da alma. Mais importante do que apenas sobreviver, é amar e conviver em harmonia com os seres da Terra... Fica muito claro que a condição alcançada pelo Homo sapiens está bem acima de outros animais se o grande objetivo era nos fazer aprender a amar, ter consciência de nós mesmos e nosso papel nessa grande roda viva que é o universo...

Agora só nos falta mesmo o outro grande salto, a conquista de si mesmo.

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