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24.3.14

O Santuário Silencioso

Estamos transeuntes neste mundo, andarilhos formados por pequeninas fagulhas de estrelas ao léu. Tudo girando, tudo transformando, tudo nesta linda algazarra, tudo neste baile eterno de luz.

Estranhos se cruzam pela rua... Mas quem poderia dizer se este ou aquele pedaço de carbono não são amigos de longa data, viajantes da noite cósmica, crias de supernovas espalhafatosas? Quem sabe eles não queiram retornar, recordar, reconhecer... Quem sabe não queiram saber mais sobre si mesmos?

Que estranho e divino parentesco esse entre tais fagulhas cósmicas a bailar incessantemente e ocultamente por entre os corpos desses dois estranhos que se cruzam pela rua, e pouco percebem, e sequer sabem o nome um do outro!

"Prazer, meu nome é João."

"Pois não, meu nome é Maria."

Mas não, não são desses nomes que estou falando... Falo do nome oculto por detrás dos nomes, o meu nome – você sabe qual é o meu nome?


Não diga agora... Antes vamos nos lembrar de quantas cores tanta luz nos traz a este mundo cinzento. Preto, branco, azul, vermelho, violeta, marrom claro, verde limão, laranja, laranja do manto dos monges, laranja do manto de Buda!

E, para os amigos de Francisco, este laranja era um cinza gasto, um marrom quase sem marrom algum, e ainda assim, era tão grandioso quanto o outro laranja... E tais cores nada mais são que vibrações da mesma luz branca, sempre branca. Tudo absolutamente branco, ou tudo absolutamente negro, tanto faz - não há absoluto para nós que sabemos interpretar a luz. Não há absoluto, pois não há como se ter ideia exata desse tal "absoluto". Tudo o que há são universos de partículas – nós – a observar um universo maior. Você saberia dizer o meu nome?

Não pense, meu amigo, que o que está acima não seja como o que está abaixo. Não pense que um buraco negro, um resquício de supernova, não seja irmão deste pequeno pedaço de carbono que dança contigo em cada passo do seu caminho...

Não pense que há qualquer coisa que já não esteja em mim. Não pense que o meu nome não englobe todos os demais nomes. Não pense pequeno de mim!

Mas não use este nome como barreira, como fronteira, como casulo... Use-o como chave, a chave-mestra de todas as portas do Cosmos!

E, no momento em que o for pronunciar, no momento em que for responder a esse enigma, saiba que estará respondendo somente a mim, saiba que o meu perfume será sentido apenas por ti – e então, diga em silêncio:

"O meu nome é o seu nome, ó Ser Maior, que entre eu e você, não há nem um 'eu', nem um 'você'..."

"Você alcançou o Santuário Silencioso, meu semelhante. Agora, se prepara, há toda uma nova viagem por paragens distantes, campos cheios de rios e córregos que fluem para dentro... Suba em minha carruagem, e me deixa conduzir."


raph’14

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Crédito da imagem: Joel "Boy Wonder" Robinson

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21.3.14

A iluminação das trevas

Ainda hoje me lembro da primeira vez em que fomos apresentados, nalguma convenção de Role Playing Games (RPGs) em São Paulo. Ele, o criador e editor de alguns dos melhores ambientes de RPG no Brasil; eu, somente um cara que havia criado um mundo de fantasia que havia feito certo sucesso na web.

Foi somente um aperto de mão, mas foi a forma como ele me olhou que chamou minha atenção. Sabe, nós místicos temos um sério problema em sermos compreendidos por todos aqueles que, para resumir, mal sabem o que significa propriamente o termo "misticismo".

Não se trata de algum sentimento de "superioridade" em relação aos outros, mas tanto o oposto disso – é como se existisse uma rede a preencher todo o Cosmos, e como se os seus longos fios etéreos passassem por todos os corações e os conectassem num mesmo tecido eterno. A isto alguns também chamam amor. Não somos superiores, portanto, somos iguais, somos amantes, amantes do Tudo.

Dessa forma, é como se habitássemos algum lugar, algum campo de relva, fora do tempo e do espaço mas, ao mesmo tempo, dentro de nossa própria mente. Descrevê-lo seria inútil, pois ele também se encontra além das palavras; mas há alguma coisa no olhar daqueles que por lá caminharam, algum brilho que faz com que os místicos, esses loucos, possam reconhecer uns aos outros... Foi só um aperto de mão, mas alguma intuição me dizia que ainda iríamos cruzar nossos caminhos de novo...

Naquela altura eu nem havia iniciado meu blog, Textos para Reflexão, e ele nem havia sido convidado para ser colunista do Sedentário & Hiperativo, um dos blogs de variedades com maior audiência do país. Mas, quem sabe onde e quando no Infinito, uma ponta da longa teia era já puxada, e nós, tal qual pequeninas formigas, marchávamos sem saber em direção a um ponto de intercessão.

Em sua coluna, Teoria da Conspiração, ele abordou a mitologia, as religiões, a história antiga e medieval, e até mesmo o ocultismo, de uma forma surpreendentemente didática, livre de dogmas (religiosos ou científicos), e capaz de conquistar uma boa parcela de um público em sua maioria jovem – quem sabe, com um ou outro místico adormecido, prestes a despertar...

Com o tempo, ficou claro para ele que seria necessário criar um outro canal menor, afluente da grande audiência do Sedentário, para poder dizer coisas mais "ocultas" a um público menor, mais preparado para absorver tais ideias mais profundas. Não se trata de nenhuma "ordem secreta", mas tão somente de um outro blog, homônimo da sua coluna, aberto a visita de todos, mas logicamente com uma audiência bem mais restrita que a do Sedentário. Mal comparando, seria como um canal de documentários que nasceu de um canal de variedades – uma audiência menor, mas com pessoas mais interessadas e dispostas em aprender.

Assim, mesmo sendo um dos ocultistas mais conhecidos na web brasileira, ele ainda teve a sabedoria, ou intuição, de convocar outros blogueiros espiritualistas para serem colunistas do seu Teoria da Conspiração, que acabou se tornando uma espécie de blog coletivo, com místicos de todas as áreas, da psicologia a mitologia oriental, contribuindo em conjunto para tornar o blog algo maior, um projeto de iluminação das trevas da pior ignorância – a ignorância da própria alma.

Foi assim que nossos caminhos voltaram a se cruzar. Não somente na virtualidade da minha coluna em seu blog, mas também nas poucas e proveitosas ocasiões em que tive o prazer de me encontrar e trocar algumas ideias com Marcelo Del Debbio, que se revelou um místico tão nerd quanto eu.

Não é que ele esteja no controle total de toda essa situação. Ele pode ser um espírito antigo, mas até mesmo por isso tem sabedoria e bom senso suficientes para compreender que existem espíritos muito, muito mais antigos do que todos nós, e muito mais sábios, puxando a ponta dessa grande teia... Até onde ela nos levará, nenhum de nós parece saber ao certo – mas que ela se inclina para a luz, nenhum de nós parece ter alguma dúvida...

E a luz foi criada para ser refletida. Este livro é tão somente a porta de entrada para um campo cheio de espelhos voltados para o alto. O que eu e o Marcelo temos feito é tão somente tentar posicioná-los na direção certa.

Esta é uma edição dos primeiros artigos do Teoria da Conspiração.

Rafael Arrais

 

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O texto acima fará parte da Introdução de O Grande Computador Celeste, um livro digital que estará eventualmente disponível para download gratuito nos formatos epub (Kobo) e mobi (Amazon Kindle). Poderá ser lido tanto em eReaders quanto tablets, laptops e smartphones, bastando para tal instalarem os aplicativos de leitura gratuitos da Amazon ou da Kobo. Vejam como ficou a capa:

Obs.: O lançamento será, provavelmente, por volta do final do mês de Abril...


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16.3.14

Lançamento: Gitanjali

As Edições Textos para Reflexão têm a enorme alegria de lhes trazer Gitanjali, a obra que tornou Rabindranath Tagore o primeiro Nobel de Literatura não europeu. Ela foi traduzida do original em inglês por Rafael Arrais.

"O Grande Mestre"... Assim Mahatma Gandhi o chamava. Aliás, quem deu a alcunha de Mahatma ("Grande Alma") a Gandhi foi o próprio Tagore. E, até hoje, quando ouvimos aos hinos da Índia ou de Bangladesh, ouvimos a composições suas. Mas Tagore foi muito mais do que um compositor de hinos, um Prêmio Nobel, ou mesmo um "grande mestre". Tagore foi um poeta da alma, um grande místico, e talvez isto por si só, ou somente isto, possa explicar a qualidade inefável e atemporal de seus poemas, contos, textos e músicas. Tagore conservou até o seu último dia a fé no homem espiritual, no homem do amanhã. Ele foi um daqueles poucos, pouquíssimos, que não se contentou em simplesmente esperar pelo Céu - tratou de tentar erguê-lo aqui mesmo, neste mundo...

Um livro digital já disponível para o Amazon Kindle e Kobo:

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Abaixo, seguem trechos da luxuosa introdução ao Gitanjali por outro Nobel de Literatura, W. B.Yeats:

Desde a Renascença os escritos dos santos europeus – apesar da familiaridade com suas metáforas e a estrutura geral de seu pensamento – cessaram de nos atrair a atenção. Nós sabemos que um dia deveremos enfim abandonar o mundo, e estamos acostumados, em nossos momentos de cansaço e exaltação, a pelo menos considerar um abandono consciente do mundano; mas como poderemos nós, que lemos tanta poesia, contemplamos tantas obras de arte, escutamos a tantas músicas grandiosas, e atingimos um estado onde o choro da carne e o choro da alma se uniram num mesmo pranto, como poderemos abandonar tal mundo de maneira tão rude e severa?

O que nós temos em comum com o ato de São Bernardo, que cobriu os próprios olhos, de modo a que não pudessem se maravilhar com à beleza dos lagos suíços, ou com a violenta retórica do Livro das Revelações? Nós acharíamos, caso tentássemos, conforme neste livro, palavras cheias de cortesia. “Esta é a minha deixa. Me deem adeus, meus irmãos! Eu me curvo a vocês e tomo o meu caminho. Aqui lhes deixo as chaves de minha porta – assim como a minha casa inteira. Apenas lhes peço por carinhosas palavras de despedida. Nós fomos vizinhos por tempos, mas eu recebi mais do que poderia retribuir. Agora a manhã chegou e a lamparina que iluminava o meu quarto escuro se apagou. Uma convocação chegou até mim, e eu estou preparado para a minha jornada”.

E é tão somente nosso estado de espírito que nos faz chocar com os extremos de um Tomás de Kempis ou um São João da Cruz, que clamam, “E porque eu amo esta vida, sei que deverei amar também a morte”. No entanto, não são apenas em nossos pensamentos acerca de nossa partida que este livro penetra. Nós não sabíamos de nosso amor por Deus, nós mal sabíamos se realmente acreditávamos nele; ainda assim, olhando para nossa vida em retrospectiva nós descobrimos, em nossa exploração pelas trilhas das florestas, em nosso encanto solitário no topo dos montes, na misteriosa reivindicação que fizemos, inutilmente, pelo amor da mulher que amávamos, ainda assim descobrimos, enfim, a emoção que desencadeou toda esta doçura insidiosa.

“Adentrando meu coração sem ser convidado, como alguém da multidão comum, desconhecido, você marcou com a estampa da eternidade muitos dos meus momentos fugidios, meu rei”. Esta não é mais a santidade da cela e do açoite; é tão somente uma nova inspiração para uma nova intensidade na alma de um artista, a pintar o pó e a luz do sol, e devemos recitá-la com vozes como as de São Francisco ou William Blake, que sempre nos pareceram tão alienígenas ao longo de nossa história violenta.

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Nós escrevemos livros longos onde, talvez, nenhuma página possua alguma preocupação em tornar a leitura agradável. Confiantes nalgum design geral, lutamos para fazer dinheiro e preencher nossas mentes com política – e outras coisas enfadonhas –, enquanto o Sr. Tagore, assim como a própria civilização indiana, têm estado contentes com a descoberta da alma e com sua submissão espontânea a ela.

Muitas vezes ele põe esta vida em contraste com a vida desses que têm amado mais a nossa maneira, e se voltam para o peso aparente do mundo, mas ele sempre, humildemente, termina por considerar o seu caminho o mais apropriado para ele: “Aqueles que seguem para casa me encaram e sorriem, e me enchem de vergonha. Eu me sento como uma serviçal miserável, cobrindo o rosto com meu vestido, e quando me perguntam, ‘O que desejo’, eu baixo meus olhos e não os respondo”.

Noutro tempo, lembrando-se de como sua vida teve um dia um perfil diferente, ele diz assim, “Perdi muitas horas com o conflito do bem e do mal, mas hoje o grande prazer do meu colega dos dias vazios é atrair o meu coração para ele; e eu não sei o porquê deste chamado repentino para tal vã inconsequência!”.

Uma inocência e uma simplicidade que não se acham noutros cantos da literatura fazem com que os pássaros e as folhas pareçam estar tão próximos dele quanto das crianças, e com que o passar das estações pareçam eventos tão grandiosos quanto o eram antes de nossos pensamentos cruzarem a idade adulta.

Por vezes eu penso se ele adquiriu tal qualidade da literatura bengalesa ou da religião, e noutras vezes, lembrando-me dos pássaros aterrissando nas mãos de seu irmão, encontro prazer em imaginar isto como algo hereditário, um mistério que veio crescendo através dos séculos, como a lenda de Tristão e Isolda.

De fato, quando ele fala de crianças, tal qualidade se parece tanto com uma parte dele mesmo, que não ficamos certos se ele não estaria, da mesma forma, falando dos santos...
“Elas constroem suas casas com areia e brincam com as conchas vazias. Com as folhas secas elas tecem seus barquinhos e os colocam, sorridentes, para flutuar na vastidão do mar.
As crianças brincam na praia dos mundos. Elas não sabem nadar, e tampouco arremessar as redes. Pescadores de pérolas mergulham atrás de pérolas, mercadores navegam em seus barcos, enquanto as crianças catam pequeninas pedras, e depois as espalham novamente.
Elas não buscam por tesouros ocultos, e tampouco sabem arremessar as redes”.

W. B. Yeats, Setembro de 1912 (citando, entre aspas, trechos do Gitanjali)


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12.3.14

O reformador da Igreja do Carmo

Cerca de 2.000 pessoas assistiram à missa celebrada às 11h de 09/02/14 pelo frei Cláudio van Balen (81 anos, nascido na Holanda) na Igreja Nossa Senhora do Carmo, zona sul de Belo Horizonte. O frade, ligado à ala mais progressista da Igreja Católica e defensor da Teologia da Libertação - e que há cinco décadas celebra a missa nesse horário -, havia sido afastado em janeiro pela Arquidiocese de Belo Horizonte e Província Carmelita de Santo Elias, mas retornou à função após pressão dos fiéis.

A presença de 2.000 pessoas na missa representa o dobro do público que normalmente frequentava as celebrações das 11h de domingo na igreja. O templo, que tem capacidade para 800 pessoas sentadas, foi tomado por fiéis que acabaram ocupando espaços laterais e parte do altar, e dezenas de pessoas ficaram do lado de fora da igreja.

Depois que o sinete do altar tocou três vezes, frei Cláudio van Balen entrou e foi aplaudido com entusiasmo pelos fiéis - alguns choravam. O frade, então, levantou a mão direita pedindo silêncio, e a missa pôde começar. Balen nada falou sobre o seu afastamento... [fonte: uol]

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Neste programa da GloboNews, canal de TV a cabo, o jornalista Fernando Gabeira vai atrás dessa e de muitas outras histórias que cercam o frade holandês, que mora há tantos anos no país que, além de se considerar brasileiro, ainda fala um português adocicado pelo delicioso sotaque mineiro.

"Ele nos fala de uma nova fé, sem as antigas ideias de culpa e de medo de algum julgamento; uma fé descontraída, que caminha junto com a cidadania, onde todos os atos visam um mundo melhor, uma convivência mais amorosa" - é mais ou menos isto que os fiéis de van Balen falam dele, e até mesmo por isso fica a indagação, "E por que diabos uma ala da Igreja deseja afastá-lo do seu ofício a qualquer custo?". Gabeira nos ajuda a responder:

(clique na imagem para assistir a reportagem no site da GloboNews)


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5.3.14

A grande aventura

Pé ante pé, por esta trilha de contos e histórias,
eu procurei por ti, ó andarilho das beiras de estradas,
sombra das tavernas, incitador de aventuras,
mas tudo o que pude ouvir foram seus passos
silenciosos, sempre próximos,
sempre ocultos...

Montei uma frota de balões,
contratei os melhores mestres baloeiros de todo o reino,
e juntos partimos a lhe buscar pelos céus.
Você, porém, estava sempre detrás das nuvens,
voando além do poente,
ou escondido, em silêncio, no ninho da Fênix.
Foi o guardião do portão da Cidadela dos Silfos quem disse,
“Desistam, ele não está no céu,
se estivesse, os pássaros já o teriam encontrado.”

Então juntei grandes mestres navegadores
e juntos construímos os barcos mais velozes de todo o oceano,
cujas velas eram ungidas com o óleo mágico
fabricado pelos alquimistas da Casa das Sereias.
Você, porém, estava sempre uma onda a nossa frente,
cortando as profundezas em sua carruagem de golfinhos,
ou escondido, meditando, na última torre do Grande Abismo.
Foi o velho Noé, da proa de sua grandiosa Arca, quem disse,
“Desistam, ele não está nem na superfície nem pelo fundo do mar,
se estivesse, os peixes já o teriam achado.”

Então reuni os maiores cientistas do mundo
e juntos projetamos uma grande nave espacial,
que era uma versão ainda mais moderna
daquela outra onde voou meu amigo Carl.
Você, porém, estava sempre além do próximo asteroide,
velejando pelo cosmos em seu barco sideral,
ou no escuro da noite eterna, perfeitamente imóvel,
fingindo ser uma estrela ou um vaga-lume.
Foi o comandante Kirk, em sua Enterprise, quem disse,
“O que diabos buscam pelo espaço?
Ora, se alguém como ele realmente existisse,
nós já teríamos catalogado em nossa rede.”

Pé ante pé, por esta trilha de contos e histórias,
eu procurei por ti...

Rodei por todos os mundos e todos os caminhos,
me aventurei por tenebrosas masmorras
e enfrentei o bafo de labaredas de centenas de dragões.
Foi somente após morrer no último jogo,
e passar toda a madrugada imaginando como seria
o meu próximo personagem,
que finalmente percebi:
Você não é, afinal, como a donzela em perigo,
aprisionada na Terrível Caverna do Grande Sono,
e nem mesmo como a espada encantada presa na rocha,
a espera de um nobre rei para empunhá-la;
você é mais do que todos os tesouros desta grande aventura,
você é a própria aventura,
o herói e o vilão,
e todas as histórias
e todos os contos
e todos os rolamentos de dados.


raph’14

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Crédito da imagem: Larry Elmore

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