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31.10.08

O nascer da consciência

Uma frase que "me surgiu" aqui:

"Afirmar que a luz da consciência se inicia no nascimento e se extingue na morte é o mesmo que, a 1.500 anos atrás, ter afirmado que o Sol nascia e morria todos os dias. Trata-se da melhor afirmação que podemos fazer baseando-se na observação do que estamos ainda muito longe de compreender, mas não quer dizer que um dia não se prove o contrário."

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29.10.08

Filosofia barata

Sabem por que uma filosofia é barata?
Porque não exige esforço
Nem saber.

Não o esforço do estudo árduo,
Da maratona mental
Ou do raciocínio meticuloso,
Mas antes o esforço de filosofar para si
E não para os outros;
De compreender que não se impõe opiniões,
Não se humilha pessoas,
Apenas discutem-se conceitos:
Muitos deles falhos,
Porém grandiosamente perfeitos
Enquanto idéias.

Não o saber de quem quer a tudo entender,
E encontrar a tal sonhada
Verdade absoluta.
Mas, tanto distante disso,
O saber de quem finalmente compreendeu
Que no mundo busca-se a verdade,
E esta exatamente nos diz:
Não há verdades derradeiras
Ou sábios infalíveis,
Tudo de real que há na existência
Resume-se ao que nossa percepção,
Falha e humana,
Nos paga por nossa sabedoria.

Por isso se vendem no mundo tantas filosofias baratas...
Ocorre que as caras
Nunca estiveram à venda.

Raph’08

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7.10.08

O dinheiro que não existe

Estive viajando a trabalho, e agora que voltei, não posso deixar de comentar que o meu artigo sobre "A história do ouro" é perfeitamente válido para essa situação econômica atual. De fato, poderia discorrer aqui novamente sobre riquezas reais e imaginárias, assim como sistemas financeiros e sistemas morais... Mas felizmente o excelente jornalista Luciano Trigo me poupou o trabalho. Abaixo segue um trecho de seu artigo entitulado "O mundo não é plano":

A felicidade, aliás, virou uma obrigação individual — medida, naturalmente, em índices de consumo. Nossa felicidade deve passar por cima das mazelas sociais, dos sofrimentos alheios, da mesma forma que o imperativo do lucro fácil despreza prejuízos causados a terceiros, incluindo as gerações futuras. Elas que se virem. Neste novo modelo — sutilmente coercitivo — de comportamento, os bem-sucedidos têm direito à insensibilidade e à irresponsabilidade, e quem não consegue ser feliz é simplesmente um incompetente. Os excluídos deixaram de ser vítimas inocentes, aliás: são agora culpados de sua própria miséria. Eles, os não-consumidores, nem entram mais na pauta de discussões de quem manda de verdade no planeta.

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