Quando a Wanju Duli aceitou meu convite para ser colunista deste blog, ela já estava bem no meio do chamado Ritual da Sagrada Magia de Abramelin, uma das práticas místicas mais minuciosas e demandantes do ocultismo (principalmente da maneira que está sendo conduzida). O texto que trago aqui é a introdução de um de seus blogs (e, acreditem, ela já teve muitos!), chamado Chá com Abramelin, onde ela vem nos trazendo resumos diários do Ritual. Eu raramente trago textos tão longos neste blog sem separá-los em várias partes, mas neste caso abrirei uma exceção. O texto foi originalmente publicado na Páscoa de 2018:
Enfim, o grande dia!
Nessa auspiciosa ocasião, dia da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A gloriosa Páscoa!
Eis que Abraão, o Judeu, recomenda que se inicie a Sagrada Magia de Abramelin no primeiro dia após a Páscoa cristã ou judaica. Optei por iniciá-la após a Páscoa cristã, uma vez que estou mais conectada ao cristianismo.
Mas o que é a Magia de Abramelin? Por que resolvi iniciá-la? E quem sou eu, afinal?
São perguntas que merecem respostas consideravelmente longas, mas irei me esforçar para ir direto ao ponto. Raramente consigo fazer isso, uma vez que sou mais conhecida por minhas digressões. Ainda assim, me proponho a tentar.
Sempre gostei de religiões. Talvez meu problema seja amá-las demais. Na adolescência li muitos livros religiosos, como a Bíblia, Alcorão, Bhagavad Gita, Dhammapada, Tao Te Ching, dentre outros.
Por que eu precisava ter apenas uma religião? Eu amava todas, queria mergulhar em todas, até me afogar.
Aparentemente meu tempo aqui nesse mundo (meu Kronos), nesse plano, seria finito, teria um limite. Poderia ser uma boa coisa optar por uma direção de acordo com minhas inclinações.
Acabei me envolvendo mais com o budismo Theravada e com o catolicismo. Isso não me impediu de continuar admirando todas as outras religiões. Particularmente o hinduísmo e o judaísmo, que seria como uma mãe dessas outras duas.
Aos 13 anos me envolvi com leituras e práticas de ocultismo. Li e reli muitas das obras de Eliphas Levi. Foi ele que me ensinou a admirar o cristianismo, já que ele foi seminarista e teve muito contato com a teologia e a filosofia dessa religião.
Eventualmente ouvi falar da Operação de Abramelin e dos rumores do quanto ela era perigosa e difícil de realizar.
O que uma adolescente de 14 ou 15 anos faria com essa informação? Na época eu já havia lido algumas dezenas de famosos livros de filosofia, literatura, ocultismo e religião. Já havia testado algumas práticas e estava ansiosa por algo mais profundo, que não tocasse apenas a mente ou a carne, mas o espírito.
A perspectiva de essa magia ser árdua e um desafio à sanidade era imensamente atraente. Era um bônus que me tentava e me convidava.
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